segunda-feira, 7 de julho de 2014

BATEU, LEVOU!

Sra. Jornalista Miriam Leitão: Assisti, há pouco, sua entrevista com o Ministro Celso Amorim, da Defesa. Não fui surpreendido por seus objetivos, sempre destrutivos, quando se trata da imagem das Forças Armadas. 
A Sra., desta feita, usa como mote as respostas das Forças às demandas da Comissão da Verdade, a respeito de atividades repressivas ao terrorismo realizadas em instalações militares, no período da “luta armada”. 
Eu, ao discordar das suas posições, exerço o direito de transmitir-lhe e de divulgar minha opinião crítica sobre o conteúdo da sua conversa com o Sr. Ministro. 
Inicio, lembrando-a de que estávamos, efetivamente, em guerra e que as instalações militares, em quaisquer circunstâncias, servem para albergar recursos humanos e materiais destinados à guerra, bem como para preparar contingentes para que nela sejam empregados! 
No tipo de guerra (Terrorismo) que se travava no Brasil, iniciada por uma minoria de comunistas inconformados com a rejeição de seus planos pela sociedade, os quartéis foram atacados, agregando-lhes a condição de “praças de guerra”. 
No combate ao terrorismo cresce de importância a atividade de inteligência e esta pode e deve ser executada nos quartéis. Portanto, não há ou houve desvio de finalidade dessas instalações no período em que vivíamos em ambiente de guerra. 
Simples e justificável, não lhe parece? 
Em outro ponto de sua entrevista a Sra. insiste na divisão das Forças em “de hoje” e “de ontem”. Para, definitivamente, livrá-la desse pensamento, sugiro-lhe um rápido passeio pela história das nossas FFAA, a Sra. poderá constatar  que os Militares, desde Guararapes até o "Alemão" e a “Maré”, carregam e continuarão a carregar a herança de feitos e que os mesmos não pertencem ao passado ou aos que lá estiveram naqueles momentos, mas a todos os militares, de ontem, de hoje e de amanhã, porque são heranças de honra, de glória e de responsabilidade! 
Cara Sra. Miriam, o que está feito não pode ser mudado e pertence a todos os militares.  Não há como apagar a história nem há como fugir à responsabilidade sem que os soldados deixem de ser eles mesmos. Não há ordem ou desconforto, de quem quer que seja, que os possa fazer esquecer ou ser menos responsáveis ou orgulhosos dos feitos e fatos que compõem a sua história, sob pena de terem que abdicar do orgulho de serem Militares Brasileiros! 
Os militares não têm comemorado, ostensivamente, o 31 de Março porque são disciplinados e cumprem as ordens consideradas pelos Comandantes como compatíveis com os limites da autoridade das pessoas que as emitem, mas isto não significa que tenham qualquer arrependimento da atitude que tomaram naquela data, sob aclamação maciça da Nação, nem tampouco que não se orgulhem da derrota que impuseram aos terroristas. 
Certamente que aí não se incluem os excessos que eventualmente tenham sido cometidos sem a justificativa do interesse maior da segurança coletiva. 
Escarafunchar, desta forma, num passado de meio século, além de perda de tempo, é desconsideração e descaso para com a totalidade dos brasileiros honestos, pacíficos e trabalhadores que, hoje, são torturados e mortos diuturnamente pela insegurança em todos os setores da vida pública e privada sob a responsabilidade do Estado, inclusive no que se refere à própria Defesa Nacional! 
A Sra. observou muito bem na entrevista que as FFAA têm sido chamadas em demasia para acudir a Nação. É verdade, mas em um país governado por falsos profetas, corruptos, demagogos e incompetentes, só os militares, mantidos à distância da contaminação, são confiáveis a qualquer hora, para quaisquer missões emanadas de qualquer dos poderes constitucionais. 
Antes de terminar, Sra. Jornalista Miriam Leitão, informo-lhe que, nos  Colégios e nas Escolas Militares, modelos de ensino para o Brasil e para o mundo todo, pratica-se não só a verdade, mas a  honestidade, a probidade, a lealdade e a responsabilidade, portanto, não há ranço, vontade ou anseio autoritário que possa impor-lhes versões da história! 
Finalizando, devo, ainda, dizer-lhe que pedido de desculpas é devido por quem deve, não por quem tem crédito, e, copiando a voz do povo, nas ruas e nos estádios, com a censura que me impõe a educação familiar e militar, eu lhe digo: “Ei, Dona Miriam, vá rever os seus valores”! 
 Respeitosamente,
 Paulo Chagas, General de Brigada na reserva, é Presidente do Ternuma.
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net