domingo, 23 de fevereiro de 2014

FELIZMENTE ESTOU MORRENDO... (por Osmard Andrade Faria, 91 anos.)

Transcrevo abaixo na íntegra, o depoimento do autor do texto abaixo, embora eu não esteja totalmente alinhado com os pensamentos de esquerda e de direita deste País, nem tampouco a favor dos regimes citados no texto. 


Mas, vale a leitura para reflexão.  




            Leio no “Estadão” de hoje, 14 de Dezembro, página 12, notícia que me atinge como um soco no estômago: “A Escola Estadual Presidente Emilio Garrastazu Médici passou a chamar-se Escola Estadual guerrilheiro Carlos Mariguella”. 
        
            Parece  que estamos chegando ao fim e a República Federativa do Brasil também mudará de nome: seremos República Popular Democrática do Brasil, que este é o apelido usual de todos os países comunistas à volta do mundo.

       Passado o impacto, obrigo-me a uma volta ao passado. Como dizia Augusto dos Anjos, “sou uma ameba, venho de outras eras...”. Era ginasiano em 1937 quando Getúlio Vargas implantou o “Estado Novo” e espancou os comunistas que, à soldo de Moscou, tentavam criar na América do Sul um satélite da União Soviética. 

     Foram daquela época o famigerado cavaleiro da esperança Luiz Carlos Prestes, (Em caso de guerra entre o Brasil e a União Soviética, lutarei por eles”),  Harry Berger, Garota, Olga Benário e outros militantes bolchevistas, saía-se recentemente da chamada intentona comunista que buscou arrasar o terceiro regimento de Infantaria da Praia Vermelha com dezenas de oficiais mortos, o Partido Comunista Brasileiro e a UNE (esta, sempre foi no Brasil uma célula do partidão) foram fechados, o país respirou aliviado.

        A partir de 1939, fui radialista e jornalista, escrevendo para rádios e jornais.  Em 1943 participei da Força Expedicionária Brasileira lutando pela democracia mundial. Nos anos de 1951 e 1952, produzi para as rádios Ministério da Educação, Roquette Pinto,  Mauá e uma rede de 48 emissoras no interior do país, uma série de rádio-reportagens sob o título de “Paisagens da Vida”, um teleteatro de contra-propaganda comunista, na qual, com a colaboração de um militar foragido da URSS, Anatoli Mickailovich Granovski, contava as atrocidades que eram sofridas pelo povo soviético nas mãos dos líderes vermelhos Stalin, Lenin e quadrilha. Esses programas foram gravados pelo NKVD de Moscou e de lá veio a ordem para o Tribunal Vermelho do Brasil, vivendo na clandestinidade, me condenando à morte. 

          O DOPS, (Departamento de Ordem Política e Social) do segundo governo do Getúlio, teve ciência do fato. Chamaram-me. Avisaram-me que tinha a vida em perigo. E o máximo que me podiam oferecer eram uma arma e o seu porte, nada mais. Duas vezes tentaram os comunistas matar-me. Meu elenco de artistas era substituído a cada mês, tal a natureza das ameaças que sofriam por telefone.

          Deixei tudo em 1953 quando entrei para a Marinha como médico. Em 1961 fui transferido para Florianópolis. E aqui, como militar, vivi os episódios históricos da renúncia do Presidente Jânio Quadros com posse do esquerdista João Belchior Goulart e sua deposição em 1964 ao tentar incendiar o país com sua participação ativa nas tentativas de implantação do regime comunista no governo brasileiro.  Neste último episódio, como antigo jornalista, fui nomeado relações públicas do Estado Maior da 5ª. Região Militar. Mais uma vez lutei contra a barbárie vermelha.

         Em 1968, durante o governo militar, os bolchevistas insistiram em transformar o Brasil numa ditadura vermelha. É dessa época a famosa guerrilha do Araguaia na qual pontificaram líderes esquerdistas como José Genoíno, Dilma Roussef, José Dirceu, o primeiro dos quais matando a marteladas na cabeça um oficial do Exército, mas todos eles se fazendo passar hoje como heróis da “democracia”, vítimas da ditadura militar. 

         São sabujos dos Castros  cubanos, irmãos de fé dos bolivarianos da Venezuela, dos norte-coreanos, doadores das economias brasileiras para os demais países comunistas do mundo, autores dessa farsa de importação de médicos cubanos afrontando todas as leis do país e as reais necessidades da saúde pública.

          E o que querem esses bandidos fazer do Brasil?

       Transformá-lo em uma outra Cuba, o melhor país do mundo em que se pode viver desde que se tenha um apartamento em Paris, o país onde  se pratica a melhor medicina das três Américas desde que se tenha um Hospital Sírio-Libanês quando qualquer companheiro adoece, país cuja principal matéria-prima é mão-de-obra escrava exportada para todo o mundo, país onde se passa fome, paraíso do qual todos querem fugir mesmo correndo o risco de morrer no mar?

           Esquerdismo é isso? Nenhum regime político já acontecido no mundo matou mais patrícios seus e pessoas de outras origens que o comunismo da União soviética. Mais de 600 milhões de cadáveres.  Ao fim de 70 anos, nem eles mesmos suportaram mais. Mas nos bolsões de resistência como em Berlim Oriental, construíram muros para evitar que os felizardos que viviam no “paraíso” fugissem para o inferno ocidental.

           Ouçamos, a  respeito, a opinião do grande Fernando Pessoa: “O comunismo não é um sistema: é um dogmatismo sem sistema  -  o dogmatismo informe da brutalidade e da dissolução. Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós”.

           Ho Chi Ming, líder comunista chinês matou mais de 3 milhões de patrícios.  Na Coréia do Norte já morreram mais de um milhão. Mas os esquerdistas brasileiros ´representados pelo PT,  PSB, CUT, MST,  UNE e outras quadrilhas  redigiram uma carta de apoio aos camaradas da Coréia onde afirmavam, entre outros besteiróis: “Incentivaremos a humanidade e os povos progressistas de todo o mundo e que se opõem à guerra, que se manifestem com o objetivo de manter a paz contra a coerção e as arbitrariedades do terrorismo dos EEUU”.

       O líder cubano Che Guevara em quem os jovens de hoje e  a quadrilheira Dilma Roussef vão buscar inspiração  era claro quanto às suas intenções pacifistas e socializantes: “Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar apenas pelo ódio. Banharei minha arma em sangue e, louco de fúria, cortarei a garganta de qualquer inimigo que me cair nas mãos. E sinto minhas narinas dilatadas pelo cheiro acre da pólvora e do sangue do inimigo morto. Aqui na selva cubana vivo é com sede de sangue, estou escrevendo estas linhas inflamadas em Marti”.

          É este o governo que os patriotas esquerdistas querem   para o Brasil? 

          Costumam dizer que quem não é socialista na juventude não tem coração e quem ainda é socialista na idade adulta não possui cérebro. Digo-lhes eu: mostrem-me um adolescente que não seja socialista e eu lhes mostrarei um alienado do seu grupo; mostrem-me um homem de mais de 30 anos que ainda seja comunista e eu lhes mostrarei um canalha. Paulo Francis achava que todo mundo tem o direito de se portar como um débil mental até os trinta anos.

      Infelizmente a escória vermelha do Brasil, que tanto ajudei a combater, está de volta, tomou conta do país, vai nos levar à infâmia da cubanização, não sossega enquanto não humilhar os militares que os combateram nos anos 60 e 70, obrigou recentemente esses mesmos soldados a prestar honras militares ao cadáver do comunista que desalojaram do poder em 1964 e agora, conforme está no jornal, trocaram pelo nome de um criminoso bolchevista o  de uma escola de Salvador.

         Como já estou no fim da vida aos 91 anos, não viverei o suficiente para suportar esse castigo, mas lamento pelos meus filhos e netos.  Que me perdoem o mau gosto da frase mas, felizmente, estou morrendo.

Osmard Andrade Faria

sábado, 15 de fevereiro de 2014

AFRONTA AO JUDICIÁRIO

As arrecadações para pagamento das multas dos mensaleiros condenados pela justiça, via sites estrangeiros, anula a pena, afronta a justiça e tornam ridículas as ações tomadas pelo judiciário brasileiro.

Em nove dias Delúbio Soares arrecadou mais de 1 milhão de reais, quantia superior a multa que lhe foi imposta; José Dirceu, em dois dias, já arrecadou mais de 225 mil reais e José Genuíno teve em sua conta um aporte de mais de 760 mil reais, quantia também superior à multa que lhe foi imposta pela justiça. Ou seja, não foram penalizados pelos crimes que cometeram. À Genuíno ainda foi concedido o beneplácito da prisão domiciliar pelo seu alegado estado de saúde.

Resta saber, segundo o Ministro Gilmar Mendes, se esses "benfeitores", mecenas dos condenados, irão também ressarcir os cofres públicos do rombo feito pela quadrilha. Certamente que nenhum dos prestimosos "contribuintes" dos quadrilheiros estará disposto a desembolsar os valores devidos ao erário e, sendo assim, de que valeu a pena imputada aos ladrões? Não pagaram as multas e não devolveram o dinheiro surrupiado do povo; resta a pena prisional, com direito a prisão domiciliar e regime semi-aberto.

Agentes et consentientes pari poena puniuntur!
(Tão bom é o ladrão como o consentidor)

COINCIDÊNCIA?

Carta de Fidel Castro à Hugo Chaves, que seguiu a risca o seu "comandante". (Qualquer semelhança com o Brasil é especulação da imprensa golpista.)

“Os pobres são maioria e têm pouca memória. Injeta-lhes esperança e acusa o passado, à Democracia de todos os seus males. Mantém-te em linha permanente com teu povo. Identifica-te com eles. Teu verbo tem de ser simples; isso lhes chega muito bem, pois tens o tempero que faz falta. Emociona-os, leva-os em consideração. Aprende a manipular a ignorância. O verbo deve ser inflamado, de autoridade e poder; não te preocupes com os ricos e a classe média, [pois] não são mais que 80% de pobres o que tu necessitas. Os ricos saem correndo se lhes fazes "Buu!!!"

Os católicos adoram menções da Bíblia ou de Cristo. Os católicos, em que pese ser a grande maioria na Venezuela, não fazem nada. Rezar, sem ações, não vão chegar a parte alguma; são uns bobalhões. Enquanto a igreja está adormecida, aproveita. Quando decidirem mover-se, já estarás instalado. Lembra que a igreja é “escorregadia”. Segue fustigando. Os católicos sem liderança não são ninguém. Nenhum padreco vai reagir. Há dois ou três que querem rebelar-se, porém seus superiores os encurralam. Se vês um sacerdote católico alvoroçado, compra-o, chama-o, ganha-o para ti; se o povo cristão se te rebela, esse será teu último dia... porém, dificilmente esse dia virá. Os judeus na Venezuela não contam, os Evangélicos são uns pobres coitados e as demais religiões para que nomeá-las? Cita o Cristo, sempre, fala em seu nome, lembra que isto a mim me deu excelentes resultados.

Inclui bandeiras e Simón Bolívar quando possas. Gera um novo nacionalismo. Desperta o ódio, divide os venezuelanos. Esta etapa te dará bons dividendos... Se eliminarão uns aos outros, a violência te ajudará também a instalar-te mais tarde à força. Entretanto, fale-lhes de Democracia. Tens dinheiro, compra a fidelidade enquanto cumpres os teus objetivos. Quando consegues o que queres se se opõem ou te aconselham, despreza-os. Envia-os a embaixadas, dá-lhes dinheiro para que se calem ou tira-os do país para que a imprensa não os utilize. Os que se oponham “planta-lhes” delitos; isso desqualifica para sempre. Por todos os meios mantém maioria na Assembléia. Mantém a teu lado no mínimo a Procuradoria e o Tribunal. Compre todos os militares com comando de tropa e equipamentos. Põe-os onde há bastante dinheiro. Compra banqueiros. Grandes comerciantes e construtores. Dá-lhes contratos, trabalhos e facilidades para esta primeira etapa."
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CUTUCARAM A ONÇA COM VARA CURTA

General de Cavalaria Augusto HELENO Ribeiro Pereira.
Por que o General Heleno foi para a reserva apressadamente? Por que um dia antes de deixar a caserna a presidente o proibiu, através do comandante do Exército, de fazer uma palestra sobre 31 de março?

O General Heleno vinha sendo perseguido pelos políticos do Planalto desde os tempos de Lula; a sanha perseguidora se deu porque o militar não se calou ao ver as arbitrariedades cometidas pelos governantes e constitucionalmente alertou para o erros.

Nosso país esta sendo esfacelado e é dever das Forças Armadas intervir quando políticos colocam em perigo a nação.
General de Engenharia ENZO Martins Peri.

Afinal, o que faz o General Enzo, comandante do Exército, que não vê tamanha barbárie sendo cometida pela politicalha que assenhorou-se do poder? É cúmplice ou tem medo de ser exonerado?

E os demais comandantes da Forças Armadas? Todos eles atingidos pela compulsória mas que "milagrosamente" continuam em cargos estratégicos e de nomeação exclusiva da Presidente da República; será que existe algum "milagre" nessa continuidade?

Já passou a hora da Onça se manifestar ou, então, cairemos em armadilhas preparadas à sorrelfa para destruir o País.   

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O QUE SERÁ QUE SERÁ?

Coitadinha da Ramona Rodriguez, “médica” cubana desiludida, triste e enganada: se ficar o bicho pega; se correr o bicho come. Se voltar para os braços do Fidel, corre o risco de ser fuzilada; se ficar por aqui, seus entes mais queridos correm o risco de também serem fuzilados nos paredóns cubanos! Triste sorte, triste sina...


Por onde andará a corajosa  blogueira Yoani Sánchez, mui digna representante do sofrido povo cubano! Tão diferente que ela é da dona Dilma, ficha suja e indigna presidente do Brasil. -- Não fosse a pronta intervenção de uns poucos generais, ela estaria hoje comandando pelotões de fuzilamentos no Brasil, à semelhança do que acontece ainda hoje em Cuba, dona Yoani.

 Quando a Yoani esteve no Brasil, eu esperava que os nossos generais tivessem coragem de convidá-la para fazer palestras aos nossos jovens cadetes, contando os horrores sofridos pelos cubanos nas sanguinárias mãos do Fidel Castro. Mas qual o que, dona Yoani; coragem não é como preguiça, que todo mundo tem...

Por onde andará o Chico Buarque, hein? Quisera eu ter um pouco só da sua veia, tão irônica, quanto poética, para compor musiquinhas iguais àquelas que ele fazia, metendo o pau na “ditadura”, ditadura que lhe serviu de escada para hoje ser um feliz brasileirinho vivendo rico e bêbado pelos cafés de Paris. Ditadura que também serviu para a felicidade de tantos “intelectuais” que hoje vivem nababescamente com as chamadas “bolsas-ditadura”, como, só para citar um exemplo, vive o hoje “imortal” Carlos Heitor Cony.

Quisera eu ter a veia poética do Chico Buarque; mas vejo que suas irônicas composições servem muito bem para hoje ironizar a mais cruel das ditaduras, hoje imperando no Brasil; a ditadura comprada com milhões de votos das famigeradas bolsas-esmolas. Ouçam, e me digam se não tenho razões...

 “O que será, que será?

 Que andam suspirando pelas alcovas

 Que andam sussurrando em versos e trovas

 Que andam combinando no breu das tocas

 Que anda nas cabeças anda nas bocas

 Que andam acendendo velas nos becos

 Que estão falando alto pelos botecos

 E gritam nos mercados que com certeza

 Está na natureza

 Será, que será?

 O que não tem certeza nem nunca terá

 O que não tem conserto nem nunca terá

 O que não tem tamanho...

 

O que será, que será?

 Que vive nas idéias desses amantes

 Que cantam os poetas mais delirantes

 Que juram os profetas embriagados

 Que está na romaria dos mutilados

 Que está na fantasia dos infelizes

 Que está no dia a dia das meretrizes

 No plano dos bandidos dos desvalidos

 Em todos os sentidos...

 

Será, que será?

 O que não tem decência nem nunca terá

 O que não tem censura nem nunca terá

 O que não faz sentido...

 

O que será, que será?

 Que todos os avisos não vão evitar

 Por que todos os risos vão desafiar

 Por que todos os sinos irão repicar

 Por que todos os hinos irão consagrar

 E todos os meninos vão desembestar

 E todos os destinos irão se encontrar

 E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá

 Olhando aquele inferno vai abençoar

 O que não tem governo nem nunca terá

 O que não tem vergonha nem nunca terá

 O que não tem juízo.”

Coronel Maciel.

A CRUZADA CONTRA RACHEL SHEHERAZADE

Poucas vezes uma mulher foi tão sistematicamente difamada em pouco tempo no país quanto Rachel Sheherazade. O medo de suas "opiniões conservadoras" revela apenas aversão à realidade.

rachel sheherazade 450x338 A cruzada contra Rachel Sheherazade
“Não se parte de idéias reacionárias – chega-se a elas.”
- Nicolás Gómez Dávila
A jornalista do SBT Rachel Sheherazade vem sofrendo uma campanha difamatória assustadora na internet. A âncora do SBT Brasil ficou conhecida por emitir comentários de cunho conservador, palavra que se tornou anátema no país – algo próximo a se afirmar que se come criancinhas.
O passo mais recente dessa campanha foi um colunista afirmar que seus colegas no SBT, sem citar nomes, sentem “vergonha” das “opiniões conservadoras” de Sheherazade.
O conservadorismo surge como uma filosofia política sistematizada com as reflexões de Edmund Burke diante do morticínio e terror da Revolução Francesa, que acaba degolando até os próprios revolucionários, matando em questão de poucos meses muito mais do que a Inquisição Espanhola havia matado em 4 séculos de vigília policialesca.
Essa filosofia ecoa as considerações políticas de Platão e Aristóteles, buscando a politéia, ou seja, uma república em que a ordem na sociedade não seja mero acordo entre criadores de leis, nem caprichos de um poderoso (tirania), de alguns cupinchas (oligarquia) ou de massas revoltosas (“democracia” – chamaríamos em linguagem moderna de “demagogia”, ou oclocraciaem termos antigos mais claros - the mob rules).
Para isso, é calcada na prudência, no cuidado com a coisa pública (res publica), no respeito ao conhecimento da tradição, no cultivo de valores harmoniosos para o convívio, por serem mais eficazes do que leis ou planejamentos estatais. Exatamente por isso os conservadores são contra Estados grandes – são os defensores das “privatizações” – embora seus detratores, ao invés de atacarem a liberdade do homem diante do Estado e de “reformadores sociais” que querem interferir na vida alheia (o que seria ridículo), geralmente os associem com seus maiores inimigos, os fascistas, que querem tudo dentro do Estado, tudo para o Estado, nada contra o Estado – e são os campeões de mobilização de masas revoltosas marchando por um líder e por reformismo social.
Catilinárias 300x204 A cruzada contra Rachel SheherazadeÉ uma filosofia de sistematização recente – e nem sempre de acordo com a “direita” formada na Revolução Francesa e sua ânsia por privilégios do Estado – mas, como trata a tradição como conhecimento, tem raízes muito antigas. A obra República (Politéia), de Platão, é a primeira referência sobre a impossibilidade de um Estado ou sistema político perfeito, que gere harmonia através de um planejamento central e seja regido pela racionalização. O conhecimento libertando para o bem é lembrado pela Ética a Nicômacos e pelaPolítica de Aristóteles. As Catilinárias, de Cícero contra Catilina, espécie de José Dirceu da época, são lembradas como discursos contrários à concentração de poder, mesmo quando não é abertamente uma tentativa de golpe. Quase um discurso contra o mensalão ou as reformas eleitorais em 62 a. C.
Não existe um Pentateuco ou um Das Kapital do conservadorismo (o mais próximo que chegamos disso é com O Credo do Reacionário, de Erik von Kuehnelt-Leddihn), portanto ser um conservador não é um caminho curto, como é se tornar um esquerdista ou membro de uma seita, que com alguns poucos cacoetes se conhece um linguajar que é então aplicado a qualquer aspecto da realidade. Um conservador precisa de algumas décadas de leitura até concluir a superioridade dessa teoria – e a única resposta para os esquerdistas continuarem esquerdistas é nunca ler nada sobre os conservadores.
Contudo, as maiores obras conservadoras prosseguem como as mais bem construídas estruturações de filosofia política já feitas. A Democracia na América de Alexis de Tocqueville, Reflexões Sobre a Revolução na França de Edmund Burke, A Rebelião das Massas, de Ortega y Gasset, Ideas Have Consequences, de Richard M. Weaver, The Conservative Mind Política da Prudência, de quem melhor compilou o conservadorismo moderno, Russell Kirk (detentor de 12 doutorados honoris causa), OrtodoxiaO Homem Eterno Hereges, de G. K. Chesterton, The Menace of the Herd e Liberty or Equality, do curiosíssimo Erik von Kuehnelt-Leddihn (fugitivo da Alemanha nazista que dominava 25 línguas), A Nova Ciência da PolíticaOrdem e História e Hitler e os Alemães, de Eric Voegelin (um dos maiores filósofos da humanidade), O Bode Expiatório, de René Girard – todas obras praticamente irrefutáveis, que dão conta do melhor da produção intelectual de filosofia política de seus tempos.
Foram os supremos mestres da crítica literária, desde Samuel Coleridge e William Wordsworth até Benedetto Croce com seu seminal Seminário de Estética e T. S. Eliot e as Notas Para a Definição de Cultura - sem mencionar Lionel Trilling fazendo uma autópsia do esquerdismo com The Liberal Imagination. Foram gigantescos romancistas, de Nabokov e de Maistre a Thomas Mann e Unamuno.
São disparados os maiores economistas do mundo, com Ludwig von Mises, Böhm-Bawerk, Thomas Sowell, Friedrich Hayek, Tom Palmer, Huerta de Soto, Henry Hazlitt, Izrael Kirzner e homens capazes de prever crises em detalhes anos antes de ocorrerem, como Gerald Celente ePeter Schiff.
São os fugitivos das tiranias mais espúrias, sendo os principais jurados de morte dos maiores totalitarismos do mundo: o nazismo e o comunismo. Como Platão havia previsto, não há obra mais chocante sobre a tentativa de criar uma Sião terrena do que Arquipélago Gulag, de Alexandr Solzhenitsyn.
conservatism bill rights 300x200 A cruzada contra Rachel SheherazadeTambém por isso são os maiores satiristas dos planos políticos de todos os tempos – a sátira é basicamente conservadorismo em forma de piadas. Jonhatan Swift e seu terror ao “bem comum”, Samuel Johnson, Karl Krauss, Paulo Francis, o atual Matei Vișniec e os supremos H. L. Mencken, Malcolm Muggeridge e P. J. O’Rourke – e quem não ri hoje de como John Stossel e Jay Leno reduzem a pó os planos de controle estatal?
Claro que graças ao mesmo material também escrevem tragédias desesperançosas. Conservadorismo é o pessimismo político em estágio de descrença total. A maior distopia do século das distopias, O Zero e o Infinito (Darkness at Noon), de Arthur Koestler, é conservadorismo puro – mas há traços conservadores em Kafka (tanto em O Processo quanto Na Colonia Penal), Laranja Mecânica (Anthony Burgess), A Revolta de Atlas (Ayn Rand), O Deus da Máquina (isabel Paterson) e, claro, até nas obras de um social-democrata como George Orwell, com sua Revolução dos Bichos e 1984.
Seus políticos são conhecidos como os homens que, bem ou mal, lutaram com todas as forças contra regimes de tirania mundo afora, aumentando a liberdade e, com isso, a prosperidade de seu povo, criando riqueza onde antes não existia. O Nobel de Literatura Winston Churchill, Sebastian Piñera, Ronald Reagan, Benjamin Disraeli, Margaret Thatcher, o Nobel da Paz (e um dos raros que o honra) Lech Wałęsa, o também poeta e pensador Václav Havel, Barry Goldwater, John Adams, Conrad Adenauer, Martin Luther King pai, Álvaro Uribe, Ursula von der Leyen…
São obras que nunca são sequer mencionadas em Universidades, do contrário a hegemonia esquerdista desapareceria em questão de uma década. Ao invés disso, criticam “conservadores”, afirmando que conservador é quem “conserva” – como afirmou Alexandre Borges, com este nível de debate, o próximo passo na escala evolutiva será comer de garfo e faca. Todavia, sendo detentor de uma tradição que vem de Platão a Ben Shapiro, de Aristóteles a Roger Scruton, de Cícero a David Horowitz, como não morrer de orgulho de ser um conservador, ao invés de um repetidor de cacoetes sobre desigualdade através de Marx e marxistas, como faz a esquerda?
Quantos jornalistas, professores de Universidade, intelectuais, artistas, blogueiros e demais formadores de opinião conhecem um quinto desta lista? Quantos os tomam como modelo e ápice a ser desejado? No entanto, quando aparece uma única jornalista com opiniões que até simplesmente pareçam conservadoras, o medo dessa opinião dispara o alarme – e falam como se “os conservadores” estivessem em toda parte, quando quem está em toda parte são pessoas criticando os conservadores que, supostamente, estariam em toda parte. A bem da verdade, são quase inexistentes nesse continente.
Uma única opinião não-esquerdista em toda a mídia é perigosa – e deve ser eliminada. Como não pode ser confrontada de frente, inicia-se uma campanha de difamação. Ao invés de se criticar o que Rachel Sheherazade tenha dito, apenas se diz que ela é conservadora – e, portanto, motivo de vergonha. E não pára por aí.

Uma filosofia política é mais do que o seu nome

O nome dado a esta filosofia política foi escolhido entre vários possíveis, mas ficou “conservadorismo”, pela ênfase no progresso gradual, no respeito a fórmulas já testadas, a rejeição a experimentos sociais e destruição de costumes e ordenamentos que não possam ser revertidos. Poderia ser qualquer outro nome, como “moralizantismo” ou “realitismo”. Mas,desconhecendo completa e integralmente o que criticam, resta aos esquerdistas criticar “conservadores” afirmando que são pessoas que querem conservar as injustiças do mundo.
Segundo esta mentalidade, um “conservador”, ao subir ao poder depois de 12 ou 16 anos de PT, conservaria tudo como encontrasse, porque ele “conserva”. Não é, de forma alguma, algo inteligente, ou com noções primitivas de realidade.
Um estilo artístico, uma aposta no poker, o treinamento de um jogador de tênis – todas essas coisas podem ser “conservadoras”, mas nada têm a ver com o “conservadorismo”, que é uma filosofia política que apenas tomou de empréstimo este nome dentre outros possíveis. É preciso uma gramática política para discutir em níveis basiquíssimos com quem não conhece o conservadorismo.
Rachel Sheherazade, segundo colunista social, causa “vergonha” por suas “opiniões conservadoras” até em colegas do SBT – sem nenhum nome citado.
Quando criticam as “opiniões conservadoras” de Sheherazade, não apontam um único e mísero erro que Sheherazade possa ter cometido. Apenas imputam-lhe o rótulo de conservadora – e,voilà, trabalho feito de impedir que alguém preste atenção no que diz.
É um pensamento que confunde proposição com conclusão – um método comum à mentalidade anticapitalista. Uma proposição analítica só é verdadeira quando sua negação é contraditória em si mesma (ex.: todos os cães que latem, latem). Todavia, tomada como conclusão, não perfaz um silogismo válido – não se prova nada, apenas se garante que estamos falando uma asserção auto-declarada.
rachel sheherazade1 300x235 A cruzada contra Rachel SheherazadeQuando isto é usado como silogismo, apenas nos fechamos num círculo: conservadores como Rachel Sheherazade não devem ser lidos porque são conservadores, e não se deve ler conservadores porque são conservadores. Não há nenhum argumento mais robusto contra conservadores do que correr atrás do próprio rabo em público assim.
Há campanhas para demiti-la na internet. Há petições que exigem que ela seja multada por ter opiniões discordantes da esquerda. Chegou-se ao cúmulo de uma das pessoas mais histriônicas e desconhecedoras do assunto de que trata, o pretenso “filósofo” Paulo Ghiraldeli Jr, em sua página, desejar que Rachel Sheherazade seja estuprada em 2014.
Ghiraldelli negou, afirmando ter sido “haqueado” (sic), muito estranhamente: o “filósofo” chamou Rachel de “Sheherazedo” na mensagem, epíteto que tentou colar na apresentadora sem sucesso (embora falar de Paulo Ghiraldelli Jr. e “sucesso” no mesmo dia seja uma auto-reductio ad absurdum), e que apenas ele (nem seus alunos) usava repetidamente há meses.
O movimento feminista (este marxismo que apenas troca “classe” por “gênero”), que tão preocupadamente fala sobre estupros, no máximo deu uma notinha de repúdio a Ghiraldelli – mas com as ressalvas de sempre. Lola Aronovich, espécie de líder atual do movimento, disse que Ghiraldelli não é de esquerda, e sim um “reaça” – portanto, criticá-lo é criticar os “reaças”. Já a página do Facebook “Feminismo em rede” apenas fustigou o assoalho com o pézinho e apontou o dedo: “Paulo Ghiraldelli, você é machista!” – presumindo que elas considerem qualquer forma de conservadorismo “machismo”, devem considerar que a própria Rachel Sheherazade, casada, cristã e mãe de dois filhos, também seja “machista” – ou seja, apenas igualaram o agressor à sua vítima. Elas por elas.
O feminismo, como toda a mentalidade esquerdista, apenas pratica a animalização da linguagem, isto é, ao encontrar um ser humano ou um texto de suas idéias, apenas cheira as partes íntimas do interlocutor para saber se ele faz parte do seu bando ou de um bando “rival”. Se fizer parte do seu bando, será defendido, mesmo sendo injusto ou errado. Se fizer parte do bando inimigo, faz parte de uma massa homogênea de “inimigos”, todos iguais, todos preconceituosos, imbecis, tiranos, injustos e perigosos, e merecerá toda a sorte de impropérios. O feminismo não se trata de defesa das mulheres – trata-se de defesa de feministas. Como qualquer torcida organizada de futebol.
CriminalizeConservatism 249x300 A cruzada contra Rachel SheherazadeTudo é uma estratégia para definir limites de pensamento. Esquerdistas dizem gostar de “diversidade” (a coisa mais reacionária que existe), mas não aceitem que alguém ouse discordar de um pensamento único que querem impor – o politicamente correto. É um movimento de massas coletivizadas e homogenizadas à força, de fora e de cima. Lutam por sua liberdade, desde que você seja livre para concordar com eles. Pode-se até não ser esquerdista, mas Rachel Sheherazade? Esta não pode.
Apenas assim podem “debater” com os maiores pensadores do mundo: atacando sua imagem, e não refutando suas idéias. Nenhum esquerdista, nem os considerados mais geniais, analisam em detalhes a obra de conservadores, ou de liberais. Apenas pegam trechos manipulados (até de vídeos no Youtube que não assistem inteiros, como os de Olavo de Carvalho) e xingam, xingam, xingam. Nunca encaram sua obra filosófica, moral ou mesmo jornalística e a debatem de frente.
“Você pode ser livre, mas nunca aproximando-se de Olavo de Carvalho / Reinaldo Azevedo / Rodrigo Constantino / Luiz Felipe Pondé / Rachel Sheherazade. Do limite da direita da extrema-esquerda não se pode passar.”
Já um conservador conhece todos os nomes da esquerda, porque é praticamente impossível desconhecê-los. Rousseau, Marx, Lenin, Stalin, Marcuse e a Escola de Frankfurt, Sartre, Gramsci, Mao, Lacan, Foucault, Chomsky, Žižek, Mészáros, Eagleton – todos são estudados e esmerilhados em detalhes nas obras de conservadores.
Muitos livros de conservadores são basicamente refutações a Marx e os ditames da esquerda modernosa (Voegelin, Kołakowski, Croce, Mises, Tom Palmer, Yuri Maltsev, David, Gordon, Gary North, Ralph Raico, David Osterfeld, Murray Rothbard – todos demoliram a pó seus argumentos em inúmeras obras). Isto sem falar em verdadeiras análises pontuais (e refutações) completas dos intelectuais da esquerda, como Intelectuais e a Sociedade Intellectuals and Race (Thomas Sowell), Intellectuals: From Marx and Tolstoy to Sartre and Chomsky (Paul Johnson), Thinkers of the New Left (Roger Scruton), Leftism: From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse (Kuehnelt-Leddihn), The Anti Chomsky Reader The Black Book of the American Left (David Horowitz) e tantos outros.

Os conservadores não têm medo da verdade. Têm medo de quem quer reformá-la.

Ser conservador é evitar a solução fácil, que acha que só existem opressores e oprimidos (e que todos os bons são oprimidos, todos os que discordam dos métodos são opressores). Qual o caminho a ser dado aos “opressores”, senão a guilhotina, a câmara de gás e oparedón? Qualquer conclusão contrária à sua é sempre preconceito (e, portanto, não merece ter a liberdade de ser divulgada), quem ache que qualquer descrença em seu reformismo forçado é obscurantista (logo, quer voltar à Idade das Trevas), qualquer um que tenha previsto uma conseqüência que ele não previu é traidor, golpista, elitista e tem “interesses de classe”, todos aqueles que pensam de outra forma são imbecis que não merecem ser ouvidos – ou protegidos da morte.
conservativeswhattheythink 437x338 A cruzada contra Rachel SheherazadeNão é à toa que esquerdistas se confundem tanto com conceitos primitivos (escandalizam-se quando alguém diz que o nazismo é de esquerda), e chamam todos os discordantes de “fascista” (e também de “reacionário”, que poderíamos tomar por elogio, já que foram os maiores inimigos dos fascistas – eram jurados de vingança nos dois hinos dos totalitarismos que mataram 150 milhões de pessoas no séc. XX, a Internacional Socialista e no hino nazista, a Canção de Horst-Wessel).
Todavia, a esquerda defende, 100% iguaizinha aos fascistas, tudo dentro do Estado, tudo para o Estado, nada contra o Estado: economia dirigida e centralizada, aversão brutal às privatizações e ao mercado (os “burgueses”, os “judeus” de ontem). E, claro, odeiam israel com todas as forças de sua crença.
Quando finalmente se escapa da gaiolinha de conceitos fracos da esquerda e se começa a entender por que essas contradições se dão – e como a realidade realmente é – chega-se ao conservadorismo (não “conservando” o mundo ridiculamente injusto e não-conservador como está). É um pensamento político complexo e sem um “manual em 10 passos” – apesar d’Os 10 Princípios Conservadores, de Russell Kirk, quem melhor conseguiu compilar e resumir o conservadorismo para não iniciados. Infelizmente, uma filosofia robusta, mas fadada a sempre ser acionada, aderida e lembrada apenas quando é tarde demais.
E percebe-se, afinal, que não foi do dia pra noite em que alemães e russos, povos incrivelmente mais cultos do que nós, acordaram e resolveram votar em quem queria acabar com o “problema judeu” através da “solução final”, decidida à beira do lago Wansee, em 20 de janeiro de 1942 – ou praticar a “reeducação de burgueses sem consciência de classe” no Gulag soviético.
Não foram tiranias impostas – foram colocadas lá nos braços sorridentes do povo, marchando e enaltecendo seus “salvadores”. E tudo começou sempre culpando os mesmos, mas cada vez com um nome: o burguês, a classe média, o judeu, o comerciante, o explorador, o conservador, o obscurantista do passado, que deveria ir para a lata de lixo da História.
E a consciência para encontrar “inimigos”, “espiões” e “traidores” do “bem comum” por toda a parte não surge senão olhando torto para opiniões opostas. Sabe aquela Rachel Sheherazade? Ela me incomoda, me envergonha, pena que não posso demiti-la… do contrário, só teria opinião igual a minha em toda a parte.