domingo, 18 de março de 2012

MANIFESTO DOS CLUBES MILITARES

Senhores Presidentes dos Clubes Naval, Militar e da Aeronáutica.
A Confederação Nacional da Família Militar – CONFAMIL, que congrega 5,2 milhões de inativos das FFAA em suas entidades que compõem o Sistema CONFAMIL, não poderia ficar alheia aos últimos acontecimentos colocados a público através da mídia, especialmente a escrita, com relação aos desdobramentos consequentes do Manifesto feito por Vossas Senhorias. É realmente estarrecedora a reação oficial, principalmente partindo daqueles que respondem por cada uma de nossas Forças. O curioso em tudo isso é que não encontramos nenhum suporte jurídico para qualquer tipo de ingerência sobre entidades associativas como é o caso dos clubes e de todas as nossas entidades, e isso foi feito com a maior desfaçatez. Causou-nos especial estranheza a reação ameaçadora feita abertamente contra o Manifesto, e contra os militares da reserva. Tenho a impressão de que o passado realmente não passou e as mágoas e frustrações serão perenes, façam o que fizerem. O que não devia ser esperado eram as aleivosias daqueles responsáveis pela condução de nossas FFAA; da parte da Comandante Suprema não se poderia esperar outra coisa, pois sempre foi uma estranha no ninho sagrado que nos acolhe a nós militares; mas do restante da cadeia de direção das Forças é verdadeiramente uma péssima surpresa, pois se não são coniventes, são omissos e até mesmo indiferentes para com a chamada reserva. Mais uma vez ficou patente o descompromisso dos militares em atividade para com o passado que grande maioria dos inativos vivenciou. Sempre soube que ao vestirmos os nossos uniformes era como se fosse colocado no corpo de cada um, um passado de lutas e glórias que construíram as nossas instituições militares. Parece que esse sentimento ficou relegado ao plano das conveniências, e tudo se passa como se a farda fosse apenas uma simples modalidade de uma vestimenta diferente. Digo todas essas coisas aos senhores para mostrar que a Família Militar não está alheia ao sacrifício que fizeram em insurgir-se contra comportamentos surpreendentemente equivocados, motivado por sentimentos inconfessáveis que trazem a ideia de uma relação com crianças rebeldes que precisam ser advertidas. Senhores Presidentes. Em passado não muito distante, a CONFAMIL propôs a constituição de um colegiado para enfrentar situações como a do presente. Lamentavelmente isso não ocorreu, e os senhores ficaram sós numa atitude de ousadia que, face ao statu quo vigente não teria desfecho diferente. Somos entidades associativas, e como tal, isentas de qualquer tipo de ingerência, a não ser que já tenhamos assumido a postura definitiva de uma autocracia, que rasga os textos legais, e nos trazem a convicção de estarmos vivendo uma interminável hipocrisia. É preciso que os nossos dirigentes se lembrem de que o texto constitucional é para ser cumprido por todos, indistintamente, o que significa desqualificar o uso de um reajuste salarial como objeto de barganha; isso é próprio de pelegos. A CONFAMIL, no uso da sua prerrogativa legal como entidade associativa, repudia, com veemência, todas as ações praticadas contra os clubes militares e particularmente, com os militares da reserva. Os senhores militares da ativa precisam estar conscientes de que, se tiverem sorte e saúde, um dia estarão incorporados a esta reserva que hoje rejeitam como um ser abjeto que só lhe causam transtornos em suas ambições. O tempo será o grande juiz que os julgará pelos atos praticados no presente de suas vidas. Sempre tenho dito e mais uma vez vou repetir: os militares da reserva estão inativos, mas não estão mortos. E enquanto houver um sopro de vida em cada um de nós, estaremos prontos a defender os superiores interesses da democracia do nosso País. Façamos nossas as palavras de Tamandaré: SUSTENTAR O FOGO QUE A VITÓRIA É NOSSA. Ad Sumus
            Waldemar da Mouta Campello Filho
Capitão-de-Mar-e-Guerra
Presidente da CONFAMIL
Coordenador do Sistema CONFAMIL

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