Ele foi um bom oficial do
Exército Brasileiro; desde os tempo do Colégio Militar de Porto Alegre, que em
1955 tinha a denominação de Escola Preparatória de Cadetes, antevia-se que a
Infantaria seria sua arma de preferência; e o foi. Formou-se na Academia
Militar das Agulhas Negras em 1960 e de uma turma de 57 cadetes foi o 46º
colocado; não foi o melhor aluno e essa colocação, por si só, já desfaz o mito
que posteriormente é construído em sua memória.
Como Aspirante serviu em
Quitaúna, no 4º Regimento de Infantaria; dois anos mais tarde, como 2º Tenente,
integrou a 7ª Companhia do Batalhão Suez, destacado para Gaza, na Palestina, à serviço
das Forças de Paz da ONU.
Em sua volta ao Brasil, no ano de
1963, foi promovido, no mês de dezembro, à 1º Tenente e solicitou transferência
para Porto Alegre, indo servir na 6ª Companhia de Polícia do Exército e em 1965
solicitou novamente transferência, agora para retornar ao 4º Regimento de
Infantaria, já com a nova denominação de Infantaria Leve, na cidade de
Quitaúna, São Paulo.
No mês de agosto de 1967 foi
promovido a Capitão, permanecendo no 4º RIL e no mês de dezembro de 1968
incumbido de instruir as chamadas “moças do Bradesco” (funcionárias do Banco
Bradesco) a manusear armamentos de tiro, tendo em vista a época conturbada por
assaltos aos bancos efetuados pela guerrilha clandestina.
O erro do Capitão Lamarca foi,
tardiamente, se deixar levar por ensinamentos toscos que não teve na AMAN; se
encantou pelo erro, analisou com viés deturpado a reestruturação do País; não enxergou
que a contra-revolução estava impedindo uma revolução que em nada poderia se
comparar a guerra entre Árabes e Judeus; viu em gaza uma miséria que nunca
aconteceria no Brasil e se deixou levar por subordinados provando que não tinha
competência para ser um oficial de comando, não estando emocionalmente
preparando para enfrentar as dificuldades políticas que estavam acontecendo no
Brasil. Amadoristicamente se deixou convencer por sargentos a ler livros sem
saber interpretá-los frente à situação política emergencial do País e foi
convencido a lutar por uma causa perdida, pois a Nação nunca quis uma revolução
do proletariado e a vontade do povo é soberana em qualquer País, mesmo àqueles
mais covardes, que se deixam amordaçar por dirigentes torpes, criminosos e
ditadores, como foram os casos dos países comunistas/socialistas; alguns já com
seus regimes “derrubados”, literalmente, como, simbolicamente o foi a estátua
de Lenin na atual Rússia.
Não se lê Marx na AMAN, mas
deveriam lê-lo, e ensiná-lo, para que não prolifere a ideia sedutora de um
socialismo utópico que nunca se estabeleceu em qualquer Nação do mundo.
O erro do Capitão Lamarca foi ser
ingênuo!
*Em memória dos ingênuos; do meu colega Cabo “Zequinha”, que
acompanhou Lamarca; dos mortos de um lado e de outro e em memória do socialismo
que sepultamos, para que nunca mais esqueçamos que uma guerra gera mortes, aqui
e acolá, e que terrorismo não se faz usando farda Verde Oliva.
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