segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O ERRO DO CAPITÃO!


Ele foi um bom oficial do Exército Brasileiro; desde os tempo do Colégio Militar de Porto Alegre, que em 1955 tinha a denominação de Escola Preparatória de Cadetes, antevia-se que a Infantaria seria sua arma de preferência; e o foi. Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1960 e de uma turma de 57 cadetes foi o 46º colocado; não foi o melhor aluno e essa colocação, por si só, já desfaz o mito que posteriormente é construído em sua memória.

Como Aspirante serviu em Quitaúna, no 4º Regimento de Infantaria; dois anos mais tarde, como 2º Tenente, integrou a 7ª Companhia do Batalhão Suez, destacado para Gaza, na Palestina, à serviço das Forças de Paz da ONU.

Em sua volta ao Brasil, no ano de 1963, foi promovido, no mês de dezembro, à 1º Tenente e solicitou transferência para Porto Alegre, indo servir na 6ª Companhia de Polícia do Exército e em 1965 solicitou novamente transferência, agora para retornar ao 4º Regimento de Infantaria, já com a nova denominação de Infantaria Leve, na cidade de Quitaúna, São Paulo.

No mês de agosto de 1967 foi promovido a Capitão, permanecendo no 4º RIL e no mês de dezembro de 1968 incumbido de instruir as chamadas “moças do Bradesco” (funcionárias do Banco Bradesco) a manusear armamentos de tiro, tendo em vista a época conturbada por assaltos aos bancos efetuados pela guerrilha clandestina.

O erro do Capitão Lamarca foi, tardiamente, se deixar levar por ensinamentos toscos que não teve na AMAN; se encantou pelo erro, analisou com viés deturpado a reestruturação do País; não enxergou que a contra-revolução estava impedindo uma revolução que em nada poderia se comparar a guerra entre Árabes e Judeus; viu em gaza uma miséria que nunca aconteceria no Brasil e se deixou levar por subordinados provando que não tinha competência para ser um oficial de comando, não estando emocionalmente preparando para enfrentar as dificuldades políticas que estavam acontecendo no Brasil. Amadoristicamente se deixou convencer por sargentos a ler livros sem saber interpretá-los frente à situação política emergencial do País e foi convencido a lutar por uma causa perdida, pois a Nação nunca quis uma revolução do proletariado e a vontade do povo é soberana em qualquer País, mesmo àqueles mais covardes, que se deixam amordaçar por dirigentes torpes, criminosos e ditadores, como foram os casos dos países comunistas/socialistas; alguns já com seus regimes “derrubados”, literalmente, como, simbolicamente o foi a estátua de Lenin na atual Rússia.

Não se lê Marx na AMAN, mas deveriam lê-lo, e ensiná-lo, para que não prolifere a ideia sedutora de um socialismo utópico que nunca se estabeleceu em qualquer Nação do mundo.

O erro do Capitão Lamarca foi ser ingênuo!

*Em memória dos ingênuos; do meu colega Cabo “Zequinha”, que acompanhou Lamarca; dos mortos de um lado e de outro e em memória do socialismo que sepultamos, para que nunca mais esqueçamos que uma guerra gera mortes, aqui e acolá, e que terrorismo não se faz usando farda Verde Oliva.

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