segunda-feira, 3 de setembro de 2018

QUALQUER UM É LIVRE...


...para discutir, para deliberar, para decidir, para defender seu candidato; a única coisa que se poderia admoestar alguém é por seu caráter ofensivo às escolhas alheias.

Escolha quem você quiser para votar nas próximas eleições, mas por favor não venha ensinar o padre a rezar missa e tampouco falar sobre quem você não conhece.

Afinal alguém conhece o político em quem vai votar? Ou somente ouviu falar a respeito dele?

Como Parlamentar convivi com Lula, Bolsonaro, Ciro, Marina, Álvaro, Alckmin, Haddad...

A partir deste parágrafo posso escrever o que bem entender, pois ninguém mais está acostumado a ler; vivemos a era da Anorexia Literária.

Conheço pouco João Goulart Filho, apesar de ter sido meu colega na universidade; ele desistiu de cursar Filosofia quando passamos no mesmo vestibular; mais tarde retornou à PUCRS quando eu já estava no curso de Mestrado e não sei quando ele concluiu o curso. Mas conheço muito bem Léo Da Silva Alves, seu vice, e nada posso dizer que não seja em seu favor. Léo trabalhou comigo na Rádio Marajá, quando fui seu Diretor; me recebeu de braços abertos na CRTur muitos anos mais tarde quando foi Presidente daquela instituição governamental; editei seu primeiro Livro, quando fui Diretor da Editora Laçador de Porto Alegre e o reencontrei em Brasília como um destacado jurista com a mesma fleuma que caracteriza uma casta de advogados. Temos teses sobre ideologia um pouco diferentes, mas somente em parte, e isto não mancha nossa amizade. Desejo a Léo muita sorte em seus projetos.

Conheço Álvaro Dias e Marina, eram senadores quando eu estava no Congresso Nacional como Deputado Federal; Alckmin, na época governador de São Paulo; Ciro que foi Ministro; Haddad, funcionário do MEC; passou depois a ser Ministro da Educação, o que não lhe outorga competência na área, pois é cargo político de indicação; Lula, que era Presidente da República e com quem participei de muitas reuniões no café da manhã gelado do Palácio também gelado e das conversas também geladas. Este não é candidato, pois está preso, mas gorjeia ordens à seus discípulos, que por sua vez criam confusões no embate político e no malfadado sistema jurídico que cambaleia no Brasil. Mas ordens são ordens, os subordinados que as sigam e por elas respondam.

Conheço muito bem Bolsonaro e o General Mourão da caserna, sou mais antigo do que os dois.

Bolsonaro conheço mais ainda pois estivemos lado a lado no Congresso Nacional, fomos Deputados Federais juntos, na mesma Legislatura e depois no mesmo partido. Defendemos as mesmas teses sobre questões militares, debatemos juntos contra o Ministro da Defesa sobre questões de envio de tropas militares para outros países; estivemos juntos em várias Comissões; em CPIs da Câmara e do Senado; em reuniões partidárias e com as lideranças de bancada. Querem mais proximidade?

Bolsonaro é tão homofóbico quanto eu e o falecido Tatata Pimentel (*); não tão religioso como sou; nem tanto milico como fui. Falta-lhe polidez politiqueira; os politiqueiros encantam as plateias e as deixam embevecidas com seus discursos decorados e repassados, texto a texto, com suas assessorias. Falar e encantar exige ou muito estudo ou orientação e decoreba de texto, o resto é falácia; os políticos no Brasil, em sua maioria, são falaciosos e falastrões; mentirosos e espertalhões.

Bolsonaro tropeça nas palavras porque quer dizer muita coisa em pouco tempo, falta-lhe o conhecimento e a inteligência do falecido (**), mas isto nenhum político tem e os brasileiros perderam a oportunidade quando deviam tê-la agarrado com unhas e dentes; então eu teria sido Vice-Presidente da República! Mas mesmo isso não me faz ter saudades de coisa alguma que venha do Poder, pois é certo que teria que me curvar ao "establishment" ou por ele ser engolido; restou-me vários arranhões e dissabores por tê-lo desobedecido naquela ocasião. Não tenho saudades!

Mas está chegando a hora de votar!

Façam as suas escolhas; talvez como em cassinos uruguaios quando anunciam: Façam as suas apostas!

(*) Roberto Valfredo Bicca Pimentel, mais conhecido como Tatata Pimentel, foi um apresentador de televisão, professor e jornalista brasileiro. Diplomado em Direito e em Letras; Professor de Português e Francês. Reconhecido jornalista de Porto Alegre, tanto pela sua erudição como pelo seu modo debochado de falar sobre o cotidiano da cidade em seus programas televisivos.

(**) Enéas Ferreira Carneiro; Médico e Professor de Cardiologia; Mestre em Medicina; Diplomado em Física e Matemática; Deputado Federal; o Político mais preparado intelectualmente para governar o País e o mais votado Deputado Federal na história do Brasil. Fundou o PRONA para ser Candidato a Presidente da República, mas teve que se curvar ao sistema para provar a si mesmo sua própria tese: Em política a podridão é total.

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