terça-feira, 25 de outubro de 2011

OUTROS GATOS

Um outro tipo de gato, talvez menos rato, é o ladrão que invade residências para cometer os furtos de cada dia, coisa que no Brasil o cidadão já está se acostumando pois o governo federal é conivente com o roubo, seja dos cofres públicos, seja dos cofres alheios.

Pois, Porto Alegre, minha cidade natal, deve estar passando pelo período dos roubos de galinha; pelo menos é o que deixa transparecer o texto de Luiz Fernando Veríssimo (fui grande fã de seu pai, o escritor Erico Veríssimo) em que demonstra como chamar a polícia (omissa por falta de comando do governo petista do Rio Grande do Sul) servindo como técnica brasileira de pedido de socorro.

O PT de Brasília e o PT Gaúcho são uníssonos na política irrevogável de não se prestar a coisa alguma, principalmente no que se refere a segurança pública.

Talvez seja por isso que muitos artistas brasileiros residam na Florida e uma ou duas vezes por semana visitem o Brasil (para buscar dinheiro). Uma lástima!

O texto de Veríssimo:
 
Numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.

Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.

Como minha casa era muito segura, com  grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali,espiando tranqüilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.  Perguntaram- me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:

-Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV, o Datena e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado.
Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
 
-Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

- Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.

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