sábado, 15 de junho de 2013

O GRITO DOS CULPADOS

Estamos vivendo um momento político bastante atípico e, por um outro ângulo de análise, também bastante simétrico em relação às causas e efeitos.

Os brasileiros que hoje estão confortavelmente sentados em suas poltronas, regurgitando o excedente do que foi depositado na sua "cachola" pelos seus predecessores, culpam a tudo e a todos por erros de sua responsabilidade que, entretanto, a nuvem cinza da ignorância e do despreparo lhes oculta a própria história dos seus atos.

Recentemente, não muito além das idades dos regurgitadores, o Brasil vivia uma confusão social calcada na bravata e na ilusão de que a utopia poderia trazer à nosso país o colorido fantasioso de um socialismo sempre disfarçado na possibilidade da igualdade entre todos. 

Não vejo como diferentes podem ser iguais, mas eles insistem nisso. 

O verdadeiro dessa teoria, e da tentativa de migra-la para o Brasil, foi que àqueles seus idealizadores descobriram uma forma de monitorar seus pares transformando-os em escravos alegres por conta de uma tese bem engendrada que tem por mote o "todos por todos". 

Na verdade, o que acontece, é "todos por ninguém" e o "salve-se quem puder".

Enfim eles lutaram, brigaram, fizeram arruaças, confrontaram autoridades, assassinaram inocentes, acabaram com famílias, sequestraram embaixadores, ceifaram a vida de soldados que cumpriam seu dever e aterrorizaram com badernas a nação brasileira.

Estava na hora do basta, e o Brasil pediu esse basta! Não só pediu, exigiu por força da constituição do país que determina a garantia da paz e da integridade física e moral do seu povo.

Não havendo outra maneira, a população desesperada clamou pela intervenção não só das autoridades responsáveis pela manutenção da ordem social interna do país mas, também, pelas autoridades militares, responsáveis pela integridade da nação e a defesa externa de nossa Pátria. 

Foram convocados pelo povo as Forças Armadas, representadas pelo Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil. 

Escalados pelo seu povo o Exército Brasileiro teve a incumbência de atenuar os problemas que assolavam a nação e tomavam conta do país.

À frente dessa nova realidade seus comandantes não tiveram outra alternativa a não ser a de lançar mão daquilo que aprenderam na sua profissão e, como disciplinados e com formação militar rigorosa, não fizeram outra coisa que não fosse àquela de sua competência.

Nenhum dos comandantes militares interviu nas polícias civis ou nas forças militares estaduais; essas, continuaram no seu dever de garantir a ordem social; inclusive o famoso DOPS, que, para àqueles que ainda se escondem por trás da máscara de incautos, significa Departamento de Ordem Política e Social e sempre foi, naquela época, chefiado por civis. 

A baderna era tão grande e o país totalmente desacreditado em nível internacional, com sua
imagem desgastada frente ao resto do mundo, que a solução para seus problemas tinha urgência urgentíssima e, assim, o Exército Brasileiro, por ordem dos seus comandantes à época, que por sua vez cumpriam uma missão determinada pelo próprio povo, lançaram mão da estratégia de combater os inimigos dos brasileiros: terroristas e baderneiros que desestabilizaram a nação naquela época e que estavam a ponto de implantar no país a política ditatorial do socialismo guevarista; uma mistura de pensamentos pinçados da teoria de estado da antiga União Soviética e o deslumbramento Chinês, pautado pelas mirabolantes idéias de Mao Tse Tung. 

"Fuzilamos e seguiremos fuzilando" (Guevara)
Apoiada por Fidel castro, essas ideias socialistas de Guevara na verdade eram fruto da sua psicopatia hermética, agravada pela ruptura com a família e sua ânsia de liberdade com as síndromes de poder; claro, além da sua fraqueza física que ele compensava com a bombinha asmática e a pistola inseparável, que ficava pouco tempo dentro no coldre, responsável pelo "abate" de muitos cidadãos cubanos, o que não lhe era difícil. Como argentino sua consciência, se é que tinha, não o acusaria de estar exterminando compatriotas.

Assim, pois, muita gente foi iludida; e muito estudante brasileiro daquela época, como eu próprio, tinham lá seus encantos com as teorias de um "mundo para todo mundo" e as idéias de livros, só de livros, de Marx, Engels e alguns outros. 

Mas, se até Sartre se enganou, esse pecado deve já ter nos sido perdoado.

Tendo garantido a ordem, a paz, a estabilidade social e o Brasil voltado a ser um país invejado pelo resto do mundo; conseguida a implantação da indústria competitiva, da expansão do emprego, da independência petrolífera e retornado ao estado democrático de direito, enfim, da volta à normalidade, os militares, cumprida a missão que lhes foi outorgada pelo povo, voltaram à caserna e devolveram aos políticos o gerenciamento do país. 

Esse foi o único erro dos generais!

O Brasil, entregue aos políticos, conforme eles mesmo queriam desde que se alojaram num partido político (que foi tolerado em uma época em que deveriam ter sido extintos em sua totalidade e aí sim teríamos a tal de ditadura de direita ou dos militares, o que nunca existiu) foi traído com a permissão de voltarem ao poder os mesmos politiqueiros que desestabilizaram a nação e que agora, com a farsa de uma democracia ingênua, assumiam disfarçados sua verdadeira intenção. 

Aliados a esses politiqueiros, novos cafajestes se somaram, alastrando-se de tal forma que mais parecem erva daninha, e deixando a nação infestada de ideologias. Estavam tão bem "marqueetizadas" que até agora, no ano de 2013, os culpados gritam por socorro e ao mesmo tempo defendem e perpetuam no poder os mesmos Suseranos, que os conservam como Vassalos.

Vassalagem
Pois, nos tempos atuais, e observando o comportamento de certos políticos, seus partidos e filiados, verifica-se um liame com a idade média, uma vez que a Vassalagem é notória. Os indivíduos comportam-se dessa forma quando acreditam ser o Partido político, e seus líderes, a razão da sua segurança. Agem como incautos deixando-se usar à moda feudal. Oferecem-se à qualquer canalha que tenha assento na hierarquia partidária, como se àquele fosse o senhor e este o escravo. São fieis e trabalham em troca de proteção e um lugar na hierarquia política, mesmo o mais modesto, como forma de estar próximo ao mais "poderoso".

É dessa maneira que as relações de dependência pessoal se afirmam e garantem aos "donos" de partido continuar no topo do poder, enquanto os filiados, fieis e dependentes, se aglomeram na base da pirâmide partidária aumentando cada vez mais sua estrutura, que só irá servir àqueles dirigentes com poder de Susserania.

Assim, fica difícil o exercício da cidadania pois enquanto os estudantes estão fazendo manifestações e passeatas às ruas, como um dia foram feitas por outros estudantes, nessas passeatas infiltram-se, como em outras, os baderneiros políticos, àqueles Vassalos oferecidos que a mando de seus Susseranos tornam frágeis qualquer democracia.

Portanto, as reivindicações, em uma democracia são aceitas ou não, de acordo com o humor dos políticos. Em uma democracia plena, aceitas ou não depois de o próprio povo decidir. 

Não é o caso no Brasil.

Enfim, não vamos voltar a utopia. O que temos aí está, por conta de nós mesmos. 

Pois, os baderneiros infiltrados nas passeatas e nas manifestações, fazem do povo marionetes; que por conta da necessidade da ordem são chamuscados pela ação obrigatória daqueles que são pagos pelo próprio povo para garantir-lhe a integridade física, moral e a tranquilidade para o exercício do seu direito de ir e vir.

Baderneiros
Ninguém, ninguém mesmo, em sã consciência, sendo autoridade ou representante da mesma, irá, ou iria, lançar mão da agressão ao povo ordeiro; à estudantes  em reivindicações  sérias, necessárias e legítimas. Havendo agressão, ou é fruto de psicopatia do agressor, seja autoridade ou não, ou é cumprimento de uma ordem, que lhe é garantida pela democracia constitucionalmente erigida pelo povo e para o povo; a agressão, então, seria o meio para garantir à maioria o seu direito. Mesmo assim, essa agressão, seria apenas para conter os ânimos, que se exaltam por conta do que já afirmamos acima: somos, irremediavelmente, diferentes!

Garantir a ordem não é transformar o país em um parque de guerra; isso, entretanto, depende de quem está do outro lado. 

Aos cidadãos, a contenção dos ânimos; aos inimigos, bandidos, foras da lei, assassinos, baderneiros e afins o controle de tumulto poderá ter ações mais enérgicas, para serem eficazes, e garantir à maioria seus direitos.

Escolham o lado!

Mas a digressão não fica só naqueles que lutam no front, há quem também lute na retaguarda,   na tranquilidade de suas poltronas, através dos meios que a tecnologia colocou à nossa disposição. Esses, com sua palavras postadas em páginas pessoais, blogs, sites de bate-papo ou sites jornalísticos se esmeram em apresentar soluções, muitas aproveitáveis. Há, entretanto, àqueles que se desoneram e habitam seu próprio mundo, o que não se pode desconhecer, pois somos diferentes. Outros mais, alongam-se em discursos contraditórios e suas ações no passado não lhes dão respaldo para seus gritos de agora pois são, eles próprios, culpados do resultado de seus erros. O Grito dos culpados fica escondido em meio a tanto apelo e zelo de uma população para com seu país. Quer-se uma nação feliz e em paz e esmeramo-nos em palpites; esquecemo-nos, entretanto, daquilo que é mais importante para se chegar a esse resultado: analisar causas e efeitos.

De uma luta do passado resultou alguns anos de ajustes e preparação do país para um transcurso feliz. Isso posto, foi dada à população decidir os novos rumos. Ansiosos deixaram-se levar pela demagogia perniciosa da politicagem; e se enredaram de tal forma que ainda irão demorar a desfazer essa teia pestilenta que lhes tolhe as idéias tornando-as responsáveis pelo efeito das ações desastrosas que afeta toda a nação.

O povo sofre por conta das suas próprias ações; há que aprender um dia, é a sina dessa caminhada social que não está, de forma alguma, dissociada da caminhada existencial.

Os ladrões estão no poder, por conta e responsabilidade única do povo que os quer!

Não lograremos êxito combatendo tais bandidos se não combatermos antes a ignorância de nosso povo. Uma tarefa árdua, demorada, dificílima e que irá exigir daqueles que à ela se propuseram uma vida inteira de combate, delegando-o à seus filhos, à seus netos, para na eternidade, um dia, vislumbrar-se o resultado desta ação.

E se quiserem voltar à realidade, ao Brasil, tenho a lhes esclarecer: existe a possibilidade de Dilma ser reeleita; a possibilidade de Lula voltar a governar; a possibilidade de perderem eleições e outros se assenhorarem da República. Mas quem são esses outros? Respondo: os mesmos de sempre, tenham eles caras novas ou velhas; estarão sempre à serviço de um establishment finamente decorado para nos enganar, e que funciona como base dos poderes estabelecidos.

Finalmente, somos refém do povo que os quer e enquanto esse povo, que somos nós mesmos, ignorarmos o poder concentrado em nossas mãos em um único dia, em um único momento de uma democracia estabelecida, sentiremos a falta que nos faz a consciência dos atos praticados e, então, soltaremos estridentemente o grito dos culpados.

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