quarta-feira, 7 de novembro de 2007

AVENTUREIROS NO AR

Já tivemos excelentes empresas aéreas; iniciando pela Varig, a mais tradicional; tivemos também a Vasp e a Transbrasil; a seguir veio a Tam do comandante Rolim.

A quebra de grandes e tradicionais empresas desencadeou lentamente a agonia que nos levou ao caos aéreo.

A Transbrasil ainda é disputada, para transformarem-na numa empresa de cargas; seus aviões, entretanto, alguns no aeroporto de Brasília, servem apenas para sucata.

A Vasp quando passou para as mãos da iniciativa privada quebrou o tabu de que somente as empresas estatais não funcionam adequadamente; quando a iniciativa privada põe a mão, dizem, as coisas evoluem. Não foi assim com a Viação Aérea de São Paulo.

Sem a Transbrasil e a Vasp, o mercado melhorou para a Tam que sob o comando ético e responsável do comandante Rolim se apresentava como uma empresa quase impecável; claro, não desbancaria a Varig nunca!

Ledo engano, a Varig tambem sucumbiu. Tragicamente definhou num mar de imcompetências administrativas que vinham dissimuladamente acontecendo há vários anos.

A Gol, por sua vez, já tinha se apresentado e nessa esteira outros olhos de fotocópias já imaginavam repetir no Brasil as experiências europeias em aviação: transformar os vôos tão baratos que pudessem até concorrer com os ônibus.

A Gol ensaiou mas nunca fez isso, apenas dissimula seus prêços normais com promoções escassas; muitas vezes seus prêços são bem mais elevados do que a Tam.

E é nesse vácuo que os aventureiros surgem e quem puxou a fila foi a BRA.

A aventura culminou, graças a Deus, apenas com transtornos aos passageiros em decorrência de panes em terra; atrasos absurdos; cancelamentos de vôos sem prévio aviso e uma confusão geral que nem os 1.100 funcionários da empresa puderam ou souberam controlar.

Finalmente a ANAC resolve cancelar a venda de passagens e a fazer a inspeção completa nas aeronaves da BRA que, em consequência, demite todo mundo e avisa que sua dívida é impagável; claro, impagável, porque a BRA não é uma VARIG, não tem patrimônio, não tem nome e muito menos tradição como empresa aérea. Uma dívida que nenhum outro aventureiro vai querer assumir. Portanto, fim de BRA. Uma aventureira que se vai.

Se a Gol deu certo, e esperamos que sim, não se apressem na criação de empresas aéreas achando que tudo está as mil maravilhas. As experiências da europa no mundo da aviação ainda não chegaram ao Brasil; e mesmo que cheguem, nossa realidade é bem diferente. Lá voa-se até de graça, desde que se compre as quinquilharias no mercado persa dos corredores de aviões standart, quase ônibus. Vôa-se por um dolar pois os vôos passaram a ser também uma forma de se comercializar outros serviços, portanto a passagem pode ser simbólica. No Brasil não estamos preparados para isso; pelo menos por enquanto.

Os aventureiros do ar, portanto, que se lancem a soltar pandorgas.

Nenhum comentário: