quinta-feira, 2 de junho de 2011

LEI TIRIRICA

A Câmara anda em alvoroço com os debates em torno da reforma política. Uma lei apelidada de "lei Tiririca" pode vingar terminando com o sistema proporcional, baseado no coeficiente eleitoral. Trocando em miúdos: os partidos não mais elegerão candidatos "puxados"  pelos votos de figuras excepcionais como Tiririca, Enéas e até o próprio Clodovil que obteve em torno de 400 mil votos e "puxou" mais um candidato. Tiririca levou alguns e Enéas, o campeão, levou mais cinco candidatos do seu partido.

Embora o deboche de alguns sobre Vanderlei Assis, que obteve 275 votos, sendo eleito pela proporcionalidade graças aos 1,5 milhões de votos de Enéas e mais 100 mil votos da legenda do PRONA, é bom destacar que aquele Deputado Federal exerceu todo o seu mandato com desenvoltura e teve na Câmara a postura esperada de um parlamentar, diferente de alguns que nem balbuciar em plenário sabem, embora possam ter muito mais votos. Ser Deputado Federal não deveria ser somente em função do número de votos, mas somar a isso a postura necessária para desenvolver a atividade. Mas, isso é um sonho! Quem se importa em eleger cidadãos que façam bem o seu serviço? Pelo que se vê o povo quer é fantasia. E recebem isso dos congressistas com escândalos, roubos, mentiras, cafagestagens e uma série de infrações que somente quem lá esteve sabe contar; uma verdadeira máfia que para se safar das bandidagens e roubalheira são capazes de colocar em fogueiras públicas muitos outros parlamentares que, incautos, foram jogados na lama das sacanagens sem nunca delas terem participado. A começar pelo próprio Vanderlei Assis, um médico dedicado à sua comunidade, professor, pesquisador, físico, matemático, artista de grande vertente criativa que foi jogado aos leões por conta dessa máfia que não suporta a verdade e a competência.

A proposta de Reforma Política que transita na Câmara há muito tempo vem, mais uma vez, a tona, depois de estar afundada em mistérios e articulações bastante escusas que só serve aos interesses daqueles políticos que não querem abandonar o poder.

Propõem agora a mesma coisa que sempre foi proposta: acabar com o sistema de proporcionalidade; pois bem, assim sendo, como fica aquela outra história da fidelidade partidária? Se os votos da legenda caem por terra, e o partido não mais contribui com a eleição do seu candidato, então o mais votado, o eleito, é dono do seu mandato!

Reforma se faz de uma maneira ampla, geral e irrestrita. Não é assim que o PT grita a todo instante sobre qualquer coisa que não seja àquelas do seu interesse? Pois então vamos reformar o sistema político a começar pelo fim das alianças partidárias em tempos de eleição, as chamadas coligações, pois são essas coligações o que mais amplia o leque de votos; muito mais que "tiriricas" da vida.

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