sábado, 12 de novembro de 2011

VALE A PENA?

Quem ainda lembra de Patrice Émery Lumumba (Onalua, Congo Belga, 2 de Julho de 1925 – Katanga, 17 de Janeiro de 1961)?

Talvez poucas pessoas.

Infelizmente é assim, em qualquer parte do mundo; tanto àqueles que lutaram por um ideal quanto a outros que morreram e ainda morrem por uma idéia a paga é o esquecimento. E o pior, o esquecimento daquelas idéias e ideais que um dia todos aplaudiram como questões de vida ou morte.

Mas quem morreu?

Apenas quem estava imbuido da emoção; convicto de que o ideal estava acima da qualquer outra coisa, se lançando à sua conquista, como Patrice Émery Lumumba.

O lider anti-colonialista buscou com o sacrifício da própria vida o ideal que lhes pediam seus compatriotas, mas foi vencido pela covardia daqueles que ainda hoje se acham os donos do universo, poderosos que determinam pela força e o poder econômico o que um povo deve fazer em sua própria pátria.

O Ideal daquele africano ecoou por todo o mundo por um interrégno de tempo, levando milhões de aproveitadores à disputarem o palanque eleitoral em busca de uma vaga para o exercício da demagogia barata transformada em ideologia.

No Rio de Janeiro, por exemplo, foi criado um CIEP, localizado no bairro de Del Castilho, com o nome de Patrice Lumumba; entretanto, se perguntarmos aos seus alunos, ou mesmo aos professores, quem foi Lumumba, certamente surgirá um silêncio como resposta. Ou seja, nada sabem da história de mais um ser humano assassinado, de forma cruel e covarde, por conta de seus ideais.

Por que resolvi falar de Lumumba? Talvez porque eu estava no Congo, em 1997, casualmente, e assisti, dentro do avião em que me encontrava, impedido de levantar vôo, a vitória de Laurent Kabila, culminando o projeto alicerçado pelos ideais de Lumumba.

Entretanto, mesmo tomando posse na presidência do país Kabila não conseguiu levar adiante as idéias de liberdade e independência daquele povo africano, pois as "forças ocultas" que infestam países subdesenvolvidos e emergentes sufocam e amordaçam qualquer tentativa que não se coadune com seus interesses. Essas forças são as mesmas que, enfaticamente, alertava Getúlio Vargas aos brasileiros em outras épocas históricas.

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